Azeitão é a designação normalmente utilizada para referir um conjunto de povoações que alcançam o expoente máximo em termos de interesse turístico nas vilas Nogueira e Fresca.
Sombreada pela serra da Arrábida, que impõe a sua presença a caminho do mar, esta área conta com a presença humana há milénios, mas foi sobretudo a partir do século XV que Azeitão ganhou prestígio, com a instalação de famílias nobres. As quintas, os palácios e as fontes que se espalham por este território são testemunhos desses tempos.
Hoje, Azeitão vale pela paz bucólica, pelo peso da História patente em cada edifício, pela simpatia dos habitantes e, em particular, pelas experiências gastronómicas que oferece. Os passeios devem ser feitos a pé. De resto, outra forma de deslocação parece completamente despropositada, pois as vilas convidam a caminhadas e merece a pena sentir o ritmo calmo do campo.
Vila Fresca de Azeitão vale pelas ruas arranjadas e as habitações floridas, muitas delas batizadas ternamente, por exemplo, como “Casa dos meus avós”. Os dias de sol como que exaltam na vila o cenário de um filme romântico de domingo à tarde, compelindo o passeio para uma agradável sensação de placidez, que torna supérfluo o uso do relógio. Imbuídos neste estado de espírito, percorre-se a Rua Almirante Reis, onde pode encontrar duas destacadas oficinas de artesanato, até chegar ao chafariz da vila. A localização, na curva da rua, quase torna impercetível a bonita fonte com duas carrancas conoadas e soleira coberta com lajes de mármore e de cantaria, algumas delas lápides com inscrições tumulares provenientes do pavimento removido da Igreja de S. Simão. Vale ainda a pena uma incursão a este templo rico em património azulejar, característico do século XVII. O muro mesmo ao lado é um dos limites da Quinta da Bacalhôa. O palácio, com entrada pela Estrada Nacional 10 e visitável apenas por marcação na Bacalhôa Vinhos de Portugal, é uma das primeiras construções portuguesas a apresentar traços renascentistas. A planta em L, as linhas direitas e simples do palácio e os jardins desenvolvidos ao redor de uma fonte são disso exemplos. Os coloridos azulejos, em formas geométricas retratando cenas simbólicas ou motivos naturalistas, seduzem qualquer olhar.
Segue-se para Vila Nogueira, onde grande parte das atracões se centra na Rua José Augusto Coelho. O Palácio dos Duques de Aveiro, a Igreja de S. Lourenço, a Fonte dos Pasmados e casa-museu da empresa vinícola José Maria da Fonseca merecem, sem dúvida, uma visita com olhar atento. Mas o genuíno encanto da vila está nas ruas que cheiram a campo, com várias lojas de artesanato, nomeadamente de latoaria, a enfeitar os passeios com os produtos em venda. A Praça da República, mais conhecida por Rossio, onde se encontra uma estátua de homenagem ao poeta e pedagogo azeitonense Sebastião da Gama (ver Museu Sebastião da Gama), é um aprazível ponto de lazer, sombreado por altos plátanos. Os azulejos, marca forte de Azeitão, são presença constante, sendo possível adquiri-los em lojas ou encontrá-los a revestir as paredes das casas.
Perca-se ainda nas restantes ruas, por exemplo na tranquila Rua de Aldeia Rica (ver Fonte da Aldeia Rica), onde um intenso cheiro a flores inebria todos os sentidos. Entre numa das pastelarias e saboreie um doce tradicional.