Quinta da Bacalhoa
A Quinta recebeu, ao longo da história, várias designações: «Ville Fraiche», «Quinta da Condestablessa » ou «Quinta do Paraíso». O nome de «Bacalhoa » só surge a partir do século XVII, quando a Quinta entra na posse de D. Maria de Mendonça, casada com D. Jerónimo Manuel, que tinha por alcunha «O Bacalhau».
É a mais famosa quinta da região devido ao seu rico património azulejar dos séculos XV e XVI. Primitivamente (1427), existiria neste local um pavilhão de caça pertencente ao infante D. João, Mestre de Santiago. Sua filha, D. Brites, herdou a propriedade tendo erigido o palácio e as cercas com cubelos de cúpulas gomadas.
A actual construção data de 1528, sendo obra de Braz de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque.
A nova construção manteve alguns elementos dos edifícios anteriores (as abóbadas de ogiva, as torres com cúpulas de gomos incorporadas no palácio e dispersas pela quinta), mas segue já os ensinamentos do renascimento, tanto pela planta em L, pela simplicidade das linhas direitas e pelos ritmos e equilíbrio da construção, como pelas loggias que se abrem nas fachadas.
O jardim, que se desenvolve em volta de uma fonte, presenteia-nos com um conjunto de buxos de desenho geométrico, seguindo o modelo do jardim renascentista, de que é percursor no nosso país, sendo mesmo considerado um dos mais notáveis monumentos da nossa arquitectura paisagística.
São, contudo, os azulejos que decoram o palácio, canteiros, bancos de jardim e a Casa do Lago que mais contribuem para a fama deste palácio.
Em variadíssimos padrões geométricos de técnicas de aresta e corda seca, os azulejos sevilhanos da primeira metade do século XVI enriquecem de cor a Casa de Fresco que dá para o lago. Trata-se de azulejos de majólica, alegóricos e simbólicos, inspirados em gravuras flamengas ou com motivos naturalistas.
Surgem, ainda, revestimentos de azulejos lisos monocromáticos colocados na diagonal, criando o padrão xadrez tão usual da época.